quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sai na Revista


SOU É HOMEM, MAS DE SAIA, SALTO ALTO E BATOM

Conheça o universo dos homens que se vestem como mulher
Revista IDEIAS. Política, Economia & Cultura do Paraná
Desde que o cartunista Laerte apareceu de peruca, saia, salto alto e batom o assunto veio à tona. Mas o fetiche de vestir roupas do sexo oposto vem de muito tempo. O termo crossdresser é atual e significa em tradução literal “vestir-se ao contrário”. Nos Estados Unidos e na Europa este termo é bastante utilizado e diferencia a fantasia de usar roupas do sexo oposto das preferências sexuais de cada um. Como o assunto é tabu gera preconceitos e estranheza.
No Brasil, existe um site criado há 14 anos por Monique Michele, Deborah Lee, Priscila Queen e Deborah Cristina (nomes fictícios) voltado ao assunto chamado Brazilian Crossdresser Club (BCC), pioneiro no tema. O BCC é voltado a homens que vestem-se como mulher, pois existe também o crossdresser masculino, ou seja, mulheres que vestem-se como homens. Segundo o site, a finalidade é a integração social entre pessoas que têm a fantasia de usar roupas do sexo oposto ou crossdresser.
O site deixa bem claro que não tem caráter sexual ou de encontros. As informações colocadas no portal são dividas por assunto, associadas por região e como fazer para entrar no clube. A anuidade custa R$ 120 reais e a associada tem direito a um perfil dentro do site, ajuda do webmaster e participar do Holiday en Femme, eventos onde todas se encontram, que pode ser um cruzeiro, uma festa ou viagens, inclusive com o direito de levar suas esposas. Hoje há 310 associadas inscritas no Brasil e 26 no Paraná.

Fetiche
É importante fazer uma distinção. Os crossdressers não são necessariamente homossexuais. A opção em usar roupas do sexo oposto é uma fantasia, um fetiche. Os crossdressers não modificam o seu corpo por meio da terapia hormonal ou cirurgias, como os transe­xuais, e muitos têm orientação heterossexual.
O crossdresser é um desafio até mesmo para a área médica. Isso ocorre por falta de informações e estudos detalhados sobre a prática. Para a psicóloga Telma Linhares, o fato de vestirem-se com roupas do sexo oposto não os coloca na categoria classificada pela Associação Brasileira de Medicina, como “transtornos de identidade gênero”.
“Os crossdressers se vestem assim para uma realização particular, é apenas uma fantasia”, afirma a psicóloga.
Alguns crossdressers concederam entrevista para a Revista Ideias e revelam um pouco deste universo enigmático, que subverte o padrão convencional do ver, ser, fazer, e por isso mesmo, cumpre um papel ousado e questionador. E como qualquer atitude que ultrapassa limites e regras mais conservadoras, estremece linhas tênues de comportamento, provoca reações polêmicas e o principal: faz “pensar ao contrário”.
Personalidade masculina
Suzana Rodrigues é de Curitiba e tem 35 anos. Trabalha como assistente administrativa. Ela explica que “ser crossdresser, nada mais é que gostar de se produzir e estar como mulher, independentemente da escolha sexual”. Suzana diz que pelo preconceito, ainda há poucas crossdressers que se arriscam a sair produzidas de casa. “É muito difícil ter pessoas da família e amigos que aceitem tranquilamente, pois há certos “rótulos” que virão junto com você, como de você ser gay ou travesti, como se quiséssemos apagar por completo nossa personalidade masculina, o que não é verdade. E esses preconceitos são muito difíceis de mudar”, desabafa.
Suzana conta que há pessoas de diversas classes sociais que são crossdressers e explica que muitos não conseguem viver de uma maneira plena esse estilo de vida, por preconceito e por causa da profissão, e revela que existe o crossdresser masculino também, que são mulheres que gostam de se vestir como homem.
Universo feminino
A história de Suzana começou quando tinha 17 ou 18 anos, e por morar apenas com a mãe e a irmã, acabou tendo contato com universo feminino que sempre gostou. O desejo pelo “estar feminina” sempre a atraiu, até que um dia, sozinha em casa, se produziu com roupas de sua irmã, e isso só desencadeou um desejo cada vez mais constante de estar produzida.
“No dia a dia, que é como homem, tenho muitas coisas a fazer, e nem sempre acontece de eu poder me produzir, pois existem várias variantes que eu considero, pois minha família não sabe que sou crossdresser, nem meus amigos, ou seja, é uma identidade paralela, que normalmente quem me conhece como Suzana conhece a Suzana, e quem me conhece como homem, apenas me conhece dessa forma”.
Suzana conta que existem eventos que o Brazilian Crossdressing Club organiza para que as crossdressers possam ir, por exemplo, em cruzeiros, onde elas podem estar como mulher, inclusive podem levar suas esposas — quando elas sabem e apoiam — e amigos, ou mesmo bares GLS (gays, lésbicas e simpatizantes) onde possam se sentir confortáveis como mulheres e tratadas como tal.
Biquíni
Juliana Pinque, curitibana, tem 35 anos e trabalha como autônoma. Explica que crossdresser é “homem que se veste de mulher sem que isso influencie em sua opção sexual”. Declara-se heterossexual e diz que sua história começou quando resolveu vestir a roupa que uma namorada havia deixado em sua casa. Juliana diz que no dia a dia não costuma se vestir de mulher, mas que já passou 15 dias na praia de biquíni e adorou. Conta também que teve namoradas que gostavam desta fantasia, que para elas era como “brincar de boneca, só que no caso, eu era a boneca, que elas vestiam, maquiavam e muitas vezes saíam juntas assim”.

Preconceito Yummy, curitibana, tem 39 anos e trabalha como engenheira. Define crossdresser como “poder se postar em situações do sexo oposto”. Começou mais como uma curiosidade, quando na época de ginásio aproveitava a ausência de familiares em casa para experimentar roupas e maquiagens da irmã e da mãe. Yummi também não pode incorporar na sua rotina a sua vestimenta feminina, mas sai ocasionalmente em baladas.
Sobre o preconceito, Yummi diz que não sente muito porque quando está vestida de mulher frequenta ambientes discretos ou favoráveis a isso, mas dispara: “existe somente a percepção geral, no meio da sociedade que convivemos, que deve sim existir muito, haja vista a quantidade de comentários, brincadeiras que o tema ainda provoca”.
Fantasias
Selminha Rocha, 54 anos, nasceu em Maringá e mora em São Paulo, onde atua como consultora empresarial. Ela diz que ser crossdresser é muito mais do que se vestir de mulher. “É algo que existe dentro de cada um, e que nem por isso qualifica como homossexual. Eu, por exemplo, não curto homem, é algo que me fascina apenas provocá-los, isso sim me excita e muito”.
Selminha conta que sempre teve bons relacionamentos com mulheres e encontrou muitas delas que participaram e contribuíram com seu lado feminino.
Ela revela que viaja muito na sua profissão, hospedando-se em hotéis. “Isso facilita e muito as minhas montagens, mas uma coisa é certa; já faz anos que só uso calcinha mesmo no dia a dia, muito raramente uso cuecas.
Diz que algumas pessoas sabem do seu modo de vida, mas a maioria “não imagina e nem sequer sonha”. Selminha conta que viveu por oito anos com uma crossdresser em Paranavaí e “com ela eu era homem e mulher”.
Sobre preconceito, Selminha é categórica. “Um dia sei que isto será superado e que talvez eu não esteja mais aqui para ver, mas quer saber, prefiro assim, acho que é um objeto de controle e que me deixa um pouco mais comportada, penso que se não fosse assim, acho que ficaria sem graça, é como um namoro às escondidas, quando descobrem, perde-se o encanto, entende?”.

Juliana Pinque adora vestir
as roupas das namoradas


Suzana Rodrigues define crossdresser
como um estilo de vida

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Estudo diz que droga para calvos pode causar impotência prolongada

A finasterida, droga mais usada contra a calvície, pode reduzir a libido e causar impotência mesmo após a suspensão do uso, segundo estudo da Universidade George Washington, nos EUA.
A pesquisa avaliou 71 homens entre 21 e 46 anos que se queixavam das reações. Segundo os autores do trabalho, publicado no "Journal of Sexual Medicine", os efeitos colaterais persistiam por 40 meses após a interrupção do tratamento, em média.
Laboratório diz que metodologia usada é limitada
Foram observados impotência e perda da libido até seis anos após o uso, em um quinto dos pesquisados.
Para o endocrinologista Michael Irwig, um dos autores, os homens devem estar cientes do risco. "O estudo deve mudar a forma como médicos conversam com pacientes sobre a medicação."
No Brasil, assim como nos EUA, a bula da finasterida menciona a diminuição da libido e a impotência como efeitos colaterais, mas afirma: "Esses efeitos desapareceram nos homens que descontinuaram a terapia e em muitos que mantiveram".
A Merck Sharp & Dohme, que produz o remédio Propecia, à base de finasterida, contesta a metodologia do estudo.
A finasterida bloqueia a ação da enzima 5-alfa-redutase, que transforma o hormônio testosterona em DHT (dihidrotestosterona).
Em homens com folículos capilares mais sensíveis à ação da DHT, os fios de cabelo ficam mais finos e caem.
A dihidrotestosterona também atua na estimulação sexual. Ao inibir a produção desse hormônio, a droga pode interferir nessas funções.

Editoria de Arte/Folhapress

SINAL AMARELO
Segundo o cirurgião plástico Marcelo Pitchon, especializado em implantes capilares, a pesquisa lança um "sinal amarelo" no tratamento da calvície. "Sempre se considerou que as funções sexuais voltavam ao normal depois de interrompido o tratamento", diz. "Agora, precisamos revisar o estudo."
Elaine Costa, endocrinologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, não estranha os efeitos colaterais prolongados. "Bloqueando um hormônio, pode ser que ele demore a voltar ao normal."
Costa diz que os resultados reforçam a necessidade de analisar o custo-benefício do tratamento. "Cabe discutir se vale retardar a queda e perder um pouco da libido."
Segundo Jackeline Mota, que coordena a área de cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia, finasterida é uma boa medicação para a calvície. "Mas, se o médico percebe que o paciente tem disfunção, melhor não usar."

sábado, 2 de abril de 2011

Pompoarismo melhora sua vida sexual

Pompoarismo melhora sua vida sexual

Cuidado com a saúde sexual é a proposta da técnica que ajuda a prevenir problemas ginecológicos. Derivado do tantra, o pompoarismo é uma técnica milenar indicada por especialistas para proporcionar o autoconhecimento da mulher e estimular seu desejo sexual.
O método consiste em exercitar a musculatura da vagina por meio de contrações a fim de torná-la fortalecida, contraindo-a em torno do pênis durante a relação, aumentando o prazer para a mulher e para o homem. Os exercícios vão além dos aspectos físicos: trabalham a autoestima feminina, pois a mulher sente-se mais bonita e segura, e isso reflete diretamente na qualidade de seu relacionamento.
Ela poderá ter sua sensualidade despertada, descobrir novas formas de satisfação, jogos amorosos e ter um aumento de desejo sexual. Melhora a sensibilidade, a lubrificação vaginal e facilita o orgasmo vaginal. Além disso, tanto o homem quanto a mulher acabam beneficiados, pois ambos terão mais prazer durante o ato.
Contudo, não são apenas as questões psicológicas que atrapalham a vida sexual do casal. Problemas de origem física também são responsáveis por prejudicarem as relações. É o caso de patologias como a queda de útero, que provoca dor durante a relação, a flacidez genital, a queda do reto (quando parte do órgão vai para dentro da vagina) e a bexiga caída - responsável pela maioria das incontinências urinárias. O método também pode ajudar a prevenir estes problemas, pois deixa a musculatura da região mais forte e os órgãos, mais estruturados. Os exercícios podem ser feitos após o período da quarentena, com a liberação médica. Além do mais, você pode realizá-los sozinha em casa.

Quem disse que noiva não pode usar sombra preta?

Quem disse que noiva não pode usar olho preto? Eu gosto muito, mesmo porque a cor é atemporal e se a maquiagem for bem feita você vai ficar linda e as fotos maravilhosas!!! Maio tá chegando, e se o seu casamento é no mês das noivas, acho que é agora o momento de testar, não acha? Muitas noivas resolvem tudo com até um ano de antecedência, mas para cabelo e maquiagem, um mês é o ideal. Aqui escolhi o preto nos olhos. Na seção “Toques” do meu site têm outras sugestões de belezas que também podem ser usadas por noivas: www.marcoscosta.com.br. Arrase!

Uniformize a Pele...
Jamais pule a preparação da pele quando for fazer olho preto, pois ela só ajuda. Aplique uma base líquida em todo rosto!

Ilumine as Pálpebras...
Um pouquinho de corretivo ilumina e dá um bom acabamento aos olhos.


Fixe a Maquiagem...
O pó é ideal para fixar a maquiagem  e a pele vai fica raveludada.


Preto em Todo Contorno...
Com pincel de esponja aplique a sombra preta em todo contorno dos olhos. Coloque aos poucos começando pela raiz dos cílios superiores.


Espalhe Bem...
Com um pincel de cerdas, esfume a sombra preta. Principalmente nas pálpebras inferiores, na dobra do olho e nos cantos internos e externos dos olhos. O acabamento deve ser perfeito!


Rosa Ilumina!
Depois do preto é a vez de aplicar um pouco de sombra perto da sobrancelha no arco superior.


A prova de Lágrimas...
Contorne toda pálpebra com um lápis preto de longa duração. Para as choronas ele é perfeito!!!


Realce ao Olhar...
Máscara de volume preta pra deixar os olhos misteriosos!


Leveza...
Nos lábios o batom cor de boca 3 de UNA fica lindo. Use com pincel pra durar mais!


Maças Coradas...
Um pouquinho de blush em creme na cor rosa é um ótimo complemento para o make. Use  com as pontas dos dedos sem esfregar.


Pronta Para o Sim...
Uma maquiagem que combina com vários tons de pele e estilos.Os produtos desta maquiagem estão no novo estojo mães de Natura UNA. Inclusive pode ser levardo pra a festa para os retoques. Ah! Só não se esqueça de me mandar “bem casado” tá!!! EU ADORO!!!

Qual a maior mentira contada na cama pelos homens?..

O canal pago erótico Sexy Hot aproveitou o dia da mentira (1º de abril) para realizar uma pesquisa curiosa: perguntou aos seus assinantes qual as frases mentirosas que mais disseram na cama para suas parceiras.
"Nunca me aconteceu antes"  foi a vencedora, contada na cama por 67% dos participantes que votaram pelo site e celular.
"Eu te amo" também é a mentirinha campeã na hora do sexo.  Recebeu 33% dos votos dos participantes.

domingo, 27 de março de 2011

Amor e preconceito

 
A química é perfeita, a paixão foi avassaladora e tem tudo para dar certo. Eis que entra em cena o vilão preconceito. Muitos casais encontram na discriminação o principal obstáculo para o romance. Surgem julgamentos infundados a respeito do amor, baseados em detalhes como classe social, cor da pele, cultura e idade. Disposta a desafiar padrões sociais, amigos e família?
A nutricionista Giovana* e o técnico de informática Mateus* encararam a batalha e estão juntos há seis anos. "Foi amor à primeira vista", derrete-se a moça. Logo que se conheceram, engataram um namoro sério, o que assustou os pais dela. "Eu achava que os meus pais implicavam com ele por ser o meu primeiro namorado firme. Mas, aos poucos, percebi que não era isso. O preconceito velado foi se tornando cada vez mais explícito e insuportável", conta.
Giovana mora na Zona Sul do Rio e Mateus, em um bairro da periferia da cidade. Ela conta que os pais não aceitavam essa diferença. "Eles diziam que o fato de a filha ter escolhido um namorado 'pobre' era até aceitável, mas mulato já era demais. 'Netinhos negros? Nem pensar!', como se ser humano tivesse pedigree!", revolta-se.
A solução foi namorar às escondidas. "Era bem difícil, porque os meus amigos também diziam que não ia dar certo, que a diferença era muito grande, que a gente não ia ter papo, que depois de passada a química de pele não sobraria mais nada. Cheguei até a ouvir que o Mateus era interesseiro, que queria o status de namorar uma menina 'rica' e branca", diz Giovana.
De acordo com a psicóloga e escritora Olga Tessari, o ser humano teme tudo aquilo que é diferente e, por isso, faz julgamentos antecipados. "Você oferece um alimento estranho, desconhecido, e a pessoa logo diz 'eu não gosto', mesmo sem nunca tê-lo provado", exemplifica. Sendo os relacionamentos baseados em afinidades, é de se esperar, portanto, que seja difícil lidar com as diferenças. "Por isso o primeiro impulso da família e dos amigos é discriminar. Mas, no fundo, eles desejam apenas o melhor e esquecem que o que é bom para eles nem sempre é o que é bom para o outro", explica a psicóloga.
"Por medo de ter que agüentar mais e mais julgamentos, cheguei até a esconder o Mateus de pessoas que ainda não o conheciam", confessa Giovana. O namoro começou a desandar. "Ele dizia que me amava, mas que não queria me ver em pé de guerra com o mundo inteiro. Lembro exatamente das palavras dele: ‘Não quero mais que a gente seja invisível. Acho que, isso sim, faria a gente não dar certo'. Então, decidi enfrentar o preconceito de uma vez por todas", relata.
A nutricionista aproveitou um almoço de família para resolver a situação. "Quando apareci de mãos dadas com o Mateus na casa dos meus tios foi um choque geral. Lembro dos olhares de espanto até hoje", diz. Antes de dar margem a qualquer comentário, disparou o discurso que, segundo ela, havia treinado a semana inteira. "Eu estava tão nervosa que nem lembro direito o que eu falei, mas garanti que estava muito feliz. Se ia dar certo? Nem eu, nem ele sabíamos, mas eu disse que achava que merecíamos tentar. Chorei muito, meus pais viram que eu estava sofrendo", relembra Giovana.
Foi então que a família começou a dar uma chance ao rapaz. Aos poucos, os amigos também. "Quem ouve não acredita, parece até novela, né?", ri Giovana. "Agora todo mundo respeita muito o Mateus, viram que ele não é melhor nem pior do que ninguém e que é uma boa pessoa", comemora.
Já Cristina Mathias, designer, não teve a mesma sorte do final feliz. "Meu primeiro relacionamento foi perfeito, o melhor da minha vida, mas não deu certo por causa do preconceito de idade. Eu tinha 17 e ele, 32", conta. O preconceito não era dos pais nem dos amigos, mas do próprio namorado. "Ele era uma pessoa muito vaidosa, pensava na aparência, no desempenho, se ia me satisfazer, se eu não teria curiosidade de experimentar relações sexuais com outros homens, já que ele foi o meu primeiro. Também não conseguia imaginar como seria a questão do casamento, dos filhos e não acreditava que eu, quando estivesse no auge dos 30, ainda me interessaria por um homem beirando os 50", explica.
Para piorar, a sogra parecia não apoiar o relacionamento do filho com uma adolescente, apesar de Cristina ter sido sempre muito madura. "A mãe torcia pela ex e colocava muita pressão contra a nossa relação. Ele cedeu", lamenta.
Enquanto o relacionamento de Cristina com o homem 15 anos mais velho não vingou, o da jornalista Alice* nem começou. "Conheci um homem lindo em uma boate. De repente, ele foi se aproximando e começou a dançar comigo. Muitas músicas depois, começamos a conversar. Nome, o que fazíamos, idade... Foi aí que ele mentiu", revela. "Depois que eu contei que tinha 20 anos, ele me pediu para adivinhar a idade dele. Chutei 28, mas ele me corrigiu, dizendo que tinha 25". E assim a noite foi passando, passando, mas nada rolou. Antes de ir embora, Alice tomou a iniciativa de pedir o telefone dele e, dias depois, mandou uma mensagem. Começaram a se falar com freqüência.
"Numa das ligações, ele confessou que queria muito sair comigo, mas que eu era muito nova para um cara que já ia fazer 33 anos. E brincava dizendo que iria ser preso se a gente se envolvesse", diverte-se a jornalista. Não se dando por vencida, Alice rebateu, dizendo que o rapaz estava se preocupando com um detalhe muito leviano. "Dei até o exemplo do meu pai e da mulher dele, quase 25 anos mais nova", conta. "Mas não adiantou, nada o convenceu. Ele não quis nem arriscar comigo. Assim, deixamos de viver algo que poderia ter sido muito legal se ao menos tivéssemos tentado. Bom, acho que eu, pelo menos, fiz a minha parte", garante Alice.
Segundo Anna Paula Uziel, professora do Instituto de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o desejo, a paixão e o amor são livres, mas o preconceito é a amarra. A psicóloga Olga Tessari completa: "No fundo, o problema está na diferença". Ela ressalta que, se o casal souber administrá-la, evitando conflitos, mágoas e mal entendidos futuros, é totalmente possível ter um relacionamento "ad infinitum" (ou para sempre).
Para driblar as críticas daqueles que têm preconceitos, não permitindo que elas interfiram no equilíbrio do casal, é importante desconstruir e renegociar os pré-julgamentos através do diálogo. Para isso, é preciso ter paciência. "Se, ainda assim, não der certo, vale a pena ousar e lutar. Um confronto direto pode chocar no sentido de gerar mudança", aconselha Anna Paula Uziel. Se o amor vence no final? Comemore, porque a resposta é sim! Desde que o casal se aceite e desde que saiba lidar de forma positiva com as pressões sociais e familiares, exigindo respeito de todos.

* Os nomes foram alterados a pedido dos entrevistados

Cigarro também é culpado pelo término de relacionamentos; conheça casos


  • Christian Gonçalves, advogado, que conta que seu namoro não engrenou por ele não suportar cigarro
    Christian Gonçalves, advogado, que conta que seu namoro não engrenou por ele não suportar cigarro
O cerco está se fechando em torno do cigarro. E, além dos males já conhecidos, mais um pode ser atribuído ao vício: ser prejudicial à saúde dos relacionamentos. Não é difícil imaginar que a relação entre uma pessoa que fuma e outra que não fuma não é muito fácil. Cláudia Nogueira, psicóloga especializada em terapia cognitiva comportamental e coordenadora do Programa Antitabagismo do Spa Sorocaba, confirma que a dificuldade no relacionamento é um dos motivos que mais levam pessoas a procurarem tratamento.

“É muito difícil vencer o tabagismo. Mas é preciso pensar positivo: se uma pessoa aprendeu a fumar, pode deixar também, ainda mais se tiver motivação”, estimula. A psicóloga lembra que abandonar o vício não beneficia somente a saúde do fumante, mas do casal e de todos que convivem com ele. “O parceiro deixa de ser fumante passivo. Se pensarmos também na saúde emocional do casal, traz muitos benefícios, pelo fato de poderem desfrutar de mais momentos juntos.”

Christian Gonçalves concorda com Cláudia. O namoro de seis meses do  advogado paulistano acabou por conta do cigarro. “O primeiro beijo já revelou um gosto amargo. Em uma de nossas primeiras conversas, toquei, com cuidado, no assunto”, relata. A resposta foi positiva: o desejo de parar existia.

“Eu me enchi de esperança, mas ficava frustrado cada vez que sentia o cheiro da fumaça. Mesmo assim, tentei dar meu apoio, não como um fiscal, mas como alguém que entendia a dificuldade de abrir mão de um vício tão arraigado”, defende-se Christian, que conta que chegou a pesquisar tratamentos para fumantes que quisessem parar.

Por causa das náuseas que o cigarro provocava em Christian, ele tentou uma conversa definitiva. “Durante um jantar, mencionei as dificuldades que eu tinha para lidar com alguém fumante ao meu lado. No final, nos abraçamos e, sem mencionar uma palavra, tive a clara resposta: sacou o maço de cigarros, acendeu um e fumou inteirinho, em silêncio absoluto”, conta Christian.

Do outro lado
  • Regina de Grammont/UOL Francis Saliba, que evitava dormir na casa do namorado para não ter de deixar de fumar

“Estou tentando parar de fumar, mas é difícil”, assume Francis Saliba, ecóloga, que também admite que o cigarro influenciou muito no término de seu relacionamento. “Quando eu dormia na casa de meu ex-namorado, não podia fumar dentro do apartamento. Comecei a ficar mais na minha casa, afinal, lá, eu podia fumar quando tivesse vontade.”
Gabriela Noronha, tradutora, é fumante. Seu ex-namorado não gostava do hábito, mas isso não chegou a influenciar no fim da relação. "Eu evitava fumar perto dele ou, quando tinha vontade, ia até a varanda do apartamento", conta ela. Porém, apesar de nesse relacionamento não ter havido problemas, nem sempre foi assim.

"Uma vez, me interessei muito por um cara. Nossa conversa estava ótima, mas, quando acendi um cigarro, ele me disse que não conseguia se relacionar com fumantes", recorda-se. "Fiquei chateada, mas essa história teve um lado bom: serviu como estímulo para eu diminuir o cigarro", diz ela, que tem intenção de parar.

Entenda quem não fuma

Podemos dizer que fumar faz mal para o coração em todos os sentidos? Sim. Hélio Castelo, cardiologista dos hospitais Bandeirantes e São Luiz, destaca que é preciso lembrar que o problema não é apenas o cheiro ou o gosto de cigarro, mas o prejuízo para a saúde do outro. “Ter um parceiro fumante aumenta a incidência de doenças derivadas do cigarro.”

Para quem quer parar -por amor ou não-, a psicóloga aconselha a notar quais são os gatilhos que provocam a vontade de fumar e tentar controlar-se. Em seguida, trace pequenas metas diárias para não ceder ao cigarro. “Procure evitar situações estressantes nesse período, pratique atividades físicas e reveja o conceito que você desenvolveu sobre o cigarro, de vê-lo como um companheiro.”